segunda-feira, 29 de agosto de 2011

EMENTA DA OFICINA DE ILUMINAÇÃO



Confiram e opinem sobre a ementa dos módulos I e II da Oficina:

OBJETIVO
Iniciar o participante no universo da Iluminação Cênica, visando introduzi-los nos conhecimentos básicos dos recursos que compõe esta atividade.

MÓDULO I
1) A História da Iluminação
- Seus primórdios
- A Iluminação no Brasil
- A Lei da Regulamentação da Profissão (as três categorias implantadas)

2) Conhecimentos básicos de eletricidade
- Técnicas e cuidados

3) Nomenclatura dos componentes de um espaço cênico
- planejamento, manobras, estruturas

4) Características e funções da luminotécnica mais utilizada no Teatro brasileiro
- Refletores
- Mesas de Luz (consoles e racks de potência)

5) Estruturas de Sustentação de refletores
- Varas, americanas, Q-30, Box’s

6) Procedimentos de Montagem
- Normas a serem seguidas
- O trabalho em equipe


7) Operação de Luz


8) Cor-luz e Cor-pigmento

9) Generalidades

MÓDULO II
1) Sensibilidade, criatividade e técnica: o trinômio da criação

2) O passo a passo da criação
- Leitura do Texto
- Visão dos Ensaios
- Conversas com a Equipe de Criação
- Conversa com a Direção
- Estruturação da Produção de Luz
- A Montagem
- A afinação da luz
- A gravação da luz
- Os ensaios técnicos
- A estréia
- A passagem da Operação de Luz
- As visitas de verificação

3) A Leitura Dramática da Luz
- Angulação, intensidade, dinâmica de movimento.

4) Alguns experimentos não convencionais utilizados.

5) Relatos de “casos’ durante criação de luzes de alguns espetáculos

Oficina de Iluminação em Outubro e Novembro!

A EFAL Produções Artísticas produz sua primeira Oficina de Iluminação cênica!
Serão dois módulos, sendo o primeiro de iniciação e o segundo focado no processo criativo.

MÓDULO 1- OUTUBRO
Do dia 3 ao dia 28
2as e 4as de 19:30 às 21:30
8 encontros de 2hs + aulão de 4hs no teatro no sábado dia 28/10

MÓDULO 2- NOVEMBRO
Do dia 7 ao dia 30
2as e 4as de 19:30 às 21:30
8 encontros de 2 hs + aulão de 4hs no sábado dia 26/11

As aulas acontecerão em um espaço maravilhoso no Jardim Botânico.

Em breve, Workshops, aulões, prática de montagem e palestras. Aguardem!



segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Amorzinho

Confiram a luz do Aurélio na peça Amorzinho em seu último fim de semana no Glauce Rocha (quinta à domingo às 19hs). A direção é do Orã Figueiredo, a direção de movimento de Márcia Rubim e o cenário de Flavio Graff. Este conto de Tcheckov é encenado de forma dinâmica mantendo o texto na sua forma original. O elenco é composto por Raquel Iantas, Saulo Rodrigues e Lourival Prudêncio que dão vida aos treze personagens do conto neste Romance-em-cena. Assisti e recomendo!

Raquel Iantas comenta o trabalho do Aurélio:
"Anos de profissão e só agora na minha primeira empreitada como produtora tenho a chance de trabalhar com o mestre da luz Aurélio de Simoni. Eu já conhecia o seu belíssimo e reconhecido trabalho como espectadora e agora tive a alegria de vê-lo trabalhar. A dedicação do Aurélio é estimulante e logo no primeiro ensaio a que ele assistiu senti que ele seria um grande parceiro. Esse talvez seja o segredo do Aurélio, o “mago da Luz” : Talento e dedicação. O resultado é a belíssima contribuição que a luz dá ao nosso espetáculo."

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

A HISTÓRIA DA ILUMINAÇÃO CÊNICA




" Light, seeking light, doth light of light beguile;
So ere you find where light in darkness lies,
Your light grows dark by losing of your eyes.”

 William Shakespeare


Desde o ano passado venho desenvolvendo um trabalho de pesquisa em torno da iluminação cênica. Este trabalho de cunho acadêmico está sendo orientado pelo iluminador e professor Jorge Carvalho Moreira e procura investigar as possibilidades da iluminação cênica em torno das exposições museográficas em museus, salas ou espaços especificamente preparados para esse fim nos centros culturais da cidade do Rio de Janeiro. Resolvi compartilhar com vocês do blog um pouco desta pesquisa.
            A parte que me cabe neste trabalho é fazer um levantamento da história da iluminação cênica. Afinal existem poucos estudos sobre este assunto e precisamos saber de onde surgiu esta preocupação com a luz no que diz respeito à construção de uma linguagem cenográfica da luz. E aqui no blog espero dar uma contribuição no sentido de ampliarmos nosso pensamento sobre a iluminação cênica também através do viés histórico, afinal como disse o historiador francês Marc Bloch, para compreendermos o presente, devemos estudar o passado.  Em um primeiro momento minha pesquisa esteve direcionada para a obtenção de material teórico para adquirir o conhecimento necessário a respeito da historiografia da iluminação cênica. Esse primeiro passo mostrou-se extremamente importante para que entendêssemos as mudanças tecnológicas através dos tempos.
Os primeiros estudos a respeito da historiografia da iluminação cênica, apontam o teatro grego como sendo o precursor na questão. Neste teatro a iluminação é exclusivamente natural. As peças em sua grande maioria eram apresentadas a luz do dia, ao nascer do sol e as vezes avançavam a noite. As edificações eram construídas de acordo com a posição do sol, isto é, havia uma grande preocupação para que a construção destes espaços obtivesse um aproveitamento máximo da luz solar. Durante a Idade Média (476 – 1492 dC.), o teatro estava quase que exclusivamente voltado para os dramas litúrgicos e a iluminação era favorecida pelos vitrais das igrejas. Posteriormente, quando as apresentações passaram a ser apresentadas também ao ar livre, em praças públicas ou nos adros das igrejas, a iluminação por meio da luz solar, mais uma vez volta a ser o principal sistema. Outras representações, como comédias satíricas e apresentações circenses, que eram executadas em tavernas e castelos, eram iluminadas com tochas e archotes. A partir do séc. XVI o teatro passou a ser representado também dentro de espaços fechados. Estes teatros possuíam amplas janelas para entrada de iluminação solar, que eram abertas nas apresentações vespertinas. Nas apresentações noturnas muitas velas garantiam precariamente a visibilidade. A vela foi durante muito tempo o único sistema de iluminação que os teatros possuíam. Durante os séculos XVII e XVIII surgem os candelabros que passam a ser usados com maior freqüência. Em geral, estes artefatos eram enormes e iluminavam tanto o palco quanto a platéia. Os encenadores ainda não conheciam a iluminação como linguagem e as pessoas que freqüentavam os teatros, muitas vezes, iam para serem observadas e não para observar. No início do séc. XVIII foram feitos alguns experimentos utilizando-se sebo na fabricação de velas, porém tal experiência acabou não obtendo êxito  devido ao mal cheiro exalado e problemas de irritação nos olhos dos espectadores e dos atores. Em 1783, Ami Argand cria um tipo de lampião a óleo menos bruxuleante, os famosos lampiões Argand. Em seguida veio o lampião Astral francês, criado por Bernard Carcel, produzindo uma luz mais constante. Os lampiões eram bastante inconvenientes, pois além de sujar o teto, as cortinas e os estofados, corria-se o risco de pingar gotas de azeite na cabeça dos artistas e do público. Nos EUA usava-se o óleo de baleia, na Europa experimentou-se o colza ( um óleo extraído de um tipo de nabo) e a terebentina destilada. A grande desvantagem na utilização deste tipo de equipamento era o perigo constante dos incêndios e a iluminação, além de fraca e bruxuleante, não podia ser controlada. Neste mesmo período, paralelamente à pesquisa de fontes combustíveis, iniciou-se também a preocupação com a posição das fontes de luz. Iniciam-se também as primeiras tentativas de ocultar as fontes de luz. Surgem então, as primeiras noções de ribalta, arandelas, contra-luzes e luzes laterais. A partir do século XIX o gás começa a ser utilizado como combustível para os sistemas de iluminação. Os primeiros registros de sua utilização em teatros datam de 1803, mais especificamente no Lyceum Theatre de Londres. Neste mesmo período aparecem as primeiras mesas de controle de luz. Em 1879, Thomas Alva Edson fabrica as primeiras lâmpadas de incandescência com filamento de carbono. É o surgimento da era da eletricidade, que passa a ser amplamente empregada no teatro a partir da segunda metade do século XIX.  Com a eletricidade em uso no teatro, começam a surgir os primeiros movimentos em relação à uma utilização da luz como forma de linguagem artística. A luz agora passa a respeitar e a servir às estruturas e os objetivos da cena. A partir desta nova estética proposta pela luz, pode-se perceber uma separação nítida entre palco e platéia. A luz agora passa ao status de participante do espetáculo e não mais um mero suporte. A iluminação integra-se à cenografia e passa a auxiliar a representação da realidade, sugerindo impressões e buscando revelar a materialidade e o significado das coisas. A luz elétrica provocou mudanças nos conceitos da cenografia e do figurino, alterando definitivamente o aspecto visual dos espetáculos. O cenário pictórico é substituído pelo cenário construído (objetos reais, portas, móveis, paredes, etc.). A partir do século XX começam a se desenvolver equipamentos de iluminação especialmente preparados para a iluminação teatral. Com estes equipamentos temos a possibilidade de alterar as formas por meio de sua focagem e regular a intensidade da luz.
Por hora é isso, vou parando por aqui pra não me estender mais. Até o próximo post!



*Luz, procurando a luz, a luz do acaso, a sedução da luz;
Mas, antes que você descubra onde está a luz na escuridão,
Sua luz escurece com a perda de seus olhos.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Aurélio por Bia Gondomar:

"Comecei a trabalhar em teatro 'dando uma força' nas produções onde minha irmã Ana Velloso trabalhava como atriz no início da carreira. Até que fui trabalhar de contra-regra no infantil 'Tá na Hora, Tá na Hora' da Lúcia Coelho, no Teatro Vanucci, em 1994, e conheci o Aurélio. A estréia foi bem confusa e nos reunimos no corredor do shopping da Gávea. O Aurélio assumiu a frente da reunião. Parecia até o diretor da peça. Eu, que ainda não conhecia nada de teatro, não entendi muito bem aquilo: o iluminador falando e apontando os erros, muito incisivo, como se fosse o diretor da peça e a autora e diretora só ouvindo calada. Fiquei até com um pouco de medo.
No ano seguinte, abri a Lúdico junto com a Ana Velloso e a Vera Novello, e a partir daí, todos os projetos da empresa (ou quase todos) tiveram a assinatura do Aurélio. Primeiro, porque é genial, trabalhando e criando luzes lindas com muito ou pouco recurso. Além disso, porque, ao longo destes 17 anos, o Aurélio passou a ser um amigo, com quem podemos contar sempre.
Aurélio faz parte da história do teatro brasileiro, é uma lenda. Responsável por ensinar e formar algumas gerações de iluminadores, lightning designers e outras denominações, o nosso Emendador de Fio e Acendedor de Lampadinha, tem um coração gigante e uma generosidade excepcional.
Em 2009, fizemos juntos 'O Bem do Mar', no Teatro do Leblon e o cara me fez chorar quando vi a luz que ele fez pra aquela peça.
Agora, estamos iniciando mais uma jornada.
Querido Aurélio, é muito bom ter você na nossa história. Um beijo.
Bia Gondomar"


domingo, 7 de agosto de 2011

Colaboradores do Blog - Quem sou eu?

por Raphael Cassou

Difícil falarmos sobre nós mesmo, não é? Mas vamos lá num esforço de abstração falar sobre o Raphael Cassou. Afinal quem é mesmo Raphael Cassou?
Comecei minha "carreira" no mundo teatral um pouco mais tarde do que normalmente se começa, embora o "vírus" do Teatro já estivesse  inoculado e adormecido na minha pessoa. Lembro-me até hoje de um longínquo dia de 1992 ou 93 (não sei ao certo) ter assistido no pequeno auditório do Teatro Guaíra em Curitiba (sim, eu sou curitibano da gema) a peça O Vampiro e a Polaquinha, baseado no texto de Dalton Trevisan. Ao ver aquele povo no palco a sensação que tive é de que queria estar ali me divertindo com aquele pessoal. Por que sim, eles me pareciam estar se divertindo muito no palco! E eu queria fazer aquilo, afinal sou um menino que gosta de brincar. Entretanto, o desejo ficou adormecido por mais alguns anos. Mais precisamente 7 anos, até concretizar o desejo de me dedicar integralmente às Artes Cênicas. Pererequei por outras profissões  e só percebi que seria completo enquanto pessoa se tivesse o Teatro como ofício. A imagem que me vêm a mente com certa recorrência, numa tentativa de explicar minha escolha é a do circo que passa pela cidade do interior, te arrebata e te conquista. E quando o circo segue viagem, você foge com ele pra permanecer sonhando.
Pois bem, Anos mais tarde, já decidido a me tornar um ator e viver exclusivamente deste ofício. Mas esse metiê nos reserva surpresas. Ser uma pessoa de Teatro é ser um profissional que transita por vários segmentos. Em alguns momentos você atua, em outros você trabalha por trás do palco. E vai aos poucos vivenciando e aprendendo o que é esta profissão.
E foi por causa disto que acabei parando meio que por acaso no mundo da iluminação. Estava precisando cursar uma matéria eletiva na UNIRIO, pois eu sou aluno do curso de Teoria do Teatro, e meio que por falta de opções de horário acabei escolhendo a aula de Iluminação I de um certo professor Jorginho de Carvalho. Comecei a frequentar as aulas e ao poucos fui me empolgando e pegando gosto pela coisa. No semestre seguinte me matrículei em Iluminação II pra dar sequência ao que havia estudado no semestre anterior e também para pagar minhas matérias eletivas. Já posso dizer que estava contaminado pela luz também.
Ao fim de uma aula o professor Jorginho me convida pra fazer um trabalho com ele. Aceito e fico feliz com a oportunidade. E a partir deste primeiro convite, não parei mais de trabalhar com iluminação e com o Jorginho de Carvalho, grande mestre dos magos, como costumo dizer. Hoje sou bolsista de Iniciação Científica da UNIRIO e estudo a Iluminação Cênica e suas origens. Além disso, sigo como estagiário do Jorginho e a cada nova empreitada, uma grande descoberta. Como ator, hoje eu sei valorizar ainda mais o trabalho do profissional de luz. E como assistente de iluminação do Jorginho de Carvalho, aprendi - como diz o mestre - a "pintar com luzes"!

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Aurélio indicado ao Prêmio Shell 2011

Aurélio acaba de ser indicado pela iluminação do espetáculo "Filho Eterno" em cartaz no Oi Futuro do Flamengo até o dia 11 de setembro. O espetáculo, dirigido por Daniel Herz, é um monólogo em que o ator Charles Fricks interpreta o pai de uma criança com síndrome de down em seu difícil processo de aceitação. Charles também foi indicado ao Shell por sua brilhante atuação neste espetáculo. O texto, de Cristovão Tezza, foi adaptado para o teatro por Bruno Lara rezende. Quem não assistiu, não perca!
Ah, a propósito, Aurélio, você pode contar um pouco como foi o processo de criação da luz deste espetáculo?

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Aurélio por Cândido Damm:

O ator e diretor Cândido Damm trabalhou algumas vezes com Aurélio, desde o início de sua carreira na década de 80, e nos conta com exlcusividade um pouco do exercício apaixonado de Simoni pelo teatro. Confira abaixo seu depoimento:                                                                                                                                                                                                                                                                           "No início do ano de 1983 eu ensaiava o que seria meu primeiro espetáculo profissional como ator, uma idéia vinda de um curso com o Pessoal do Despertar, e que se chamava 'O Homem que não foi a São Paulo', textos do Sérgio Porto, com direção do Claudio Torres Gonzaga.  Até então ouvia falar do Aurélio como um mito vivo, já naquela época, o iluminador de 9 entre 10 espetáculos, só dava ele, um nome sem rosto na minha imaginação. E eis que surge o tal Aurélio um dia pra assistir um passadão, nós nervosos e de uma inexperiência juvenil vergonhosa em todos os sentidos. Acabado o ensaio, aquele homem, já maduro e muito sério, disse em tom grave que tinha achado um horror, que nós, jovens que éramos, tínhamos obrigação de mostrar vigor e pique e que estávamos muito frouxos. E mais, que só faria a luz se daí a alguns dias visse um ensaio melhor. Dito e feito, nos retratamos internamente e daí a alguns poucos dias estávamos todos mais disponíveis pro trabalho, suando a camisa, como deve ser. E ele fez a luz, ou meljhor, a luz se fez, pois foi uma lição, a primeira, da qual nunca esqueci e agradeço a ele desde então: Suar a camisa, não economizar e não fazer por menos a única coisa que me proponho a fazer, a trabalhar como homem.
Trabalhamos juntos desde então em dezenas de espetáculos, uns mais memoráveis do que outros, lembro muito de uma luz linda que ele fez, toda branca, pro “Tá Ruço no Açougue”, versão clown do Santa Joana dos Matadouros , do Brecht, em versão do Antonio Pedro, título dado pelo saudoso e imprescindível Nelson Dantas, meu colega na peça.

Ao longo desses anos vi Aurélio dar cria, eu olho em volta e vejo que os iluminadores mais inseridos no mercado hoje em dia aprenderam o ofício com ele. Montando, operando, limpando refletores, virando noite em cima de escada e de manhã comendo pão com mortadela e café em copo de plástico.
De uma generosidade extrema, tive mais mostras disso nas duas oportunidades que dirigi e o convidei pra assinar a luz. A primeira, “Conversinha Mineira”, coletânea de contos do Fernando Sabino que fizemos em salas de aula, pátios, praças e o escambau, e pra coroar tanto empenho resolvemos ousar fazer uma temporada num teatrinho no Museu da República, sem dinheiro, sem nada, só com a coragem. Aurélio veio correndo, fez uma luz linda, viu que não tínhamos de onde tirar dinheiro e pegou fios e bocais do carro dele, praticamente patrocinou a montagem. No dia da estréia ele, que tinha outro compromisso agendado, de um espetáculo que, este sim, pagava e bem, me disse que não estaria presente, mas que estava tudo pronto, e que o operador daria conta. Segundo sinal, eu no balcão com meu caderninho, vejo ele entrar esbaforido e me procurar com o olhar, deu um sorriso e se fez entender de longe que tinha conseguido deixar alguém lá na outra peça e vir, para nossa calma e para minhas lágrimas imediatas e súbita incompreensão: - Por que esse cara gosta tanto de mim, do teatro, do ofício, da vida?
Na minha outra direção, “Alcovas de Cetim” de Regiana Antonini, um delicioso solo da talentosa Ines Viana, esteve sempre presente, divertindo-se e nos divertindo, fez uma luz linda, remontou em outro teatro, com o empenho e a amizade de sempre.
Professor de todos nós, amigo extremo, camarada de um bom humor invejável, carinhoso, honrado, ético, os predicados não acabam.  Aurélio é uma das pessoas mais generosas que conheci em toda a minha vida e que quero ter sempre por perto, trabalhando, gargalhando, ralando e se divertindo, que é o sentido desse ofício que ele entende tão bem e faz dele uma das pessoas mais importantes da tribo. Vida longa, Mestre, conto com você!
Candido Damm, agosto 2011"

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Aurélio por Isaac Bernat:

       "Falar de Aurélio de Simoni é falar da alma do teatro. Não há outro igual a ele no teatro carioca e arrisco dizer, no teatro brasileiro. Falar de sua excelência como iluminador é redundante. Além do seu talento e olhar artístico, ele é incrivelmente sensível, flexível e surpreendente. Seus vários prêmios comprovam isto, mas o seu maior prêmio é o amor e o respeito que conquistou de atores, diretores, técnicos, críticos, estudiosos, alunos e do público. Aurélio além de ser admirado por todos e pelos próprios colegas iluminadores (muitos aprenderam com ele) é um mestre, um pedagogo. Mas, o querido Mestre Aurélio não ensina só sobre iluminação, atuação ou direção, Aurélio nos ensina sobre a vida, sobre ética e dignidade. A primeira vez que trabalhei com Aurélio em 1983, na peça Folias do Coração, eu tinha três anos de teatro. E ali, começou nossa amizade e uma parceria sólida, terna e eterna.
            Aurélio se emociona com o teatro. Ah como precisamos disso!  O bom teatro, aquele em que eu acredito, se faz com gente como Aurélio de Simoni. Sem Aurélio, muita peça não teria estreado no Rio de Janeiro. A sua generosidade e entrega, construíram o teatro brasileiro dos últimos 35 anos.
 Um beijo no seu coração e obrigado por tudo, meu querido “emendador de fios e acendedor de lampadinhas.”
                                                           Isaac Bernat "